31 de out. de 2011
Melhores Filmes: Direito de Amar por Tom Ford
Direito de Amar, foi um filme muito comentado e elogiado, em primeiro lugar pelo
aspecto curioso dele, que é o fato de ser estréia na direção do Tom Ford. Em segundo lugar e talvez até mais importante, e que o filme tem uma interpretação extraordinária do Colin Firth. No filme Colin
Firth faz um trabalho excepcional , um
trabalho técnico e psicológico fantástico. O personagem dele é um professor de
Literatura que em 1962 perde o companheiro num acidente de carro, eles são
casados á 16 anos, e faz 8 meses que o acidente aconteceu , ele está
completamente desorientado, não há mais nada que importe pra ele na vida.
À essa
tragédia, se soma outra, que é o fato de ele ser um homossexual na Califórnia
em 1962, portanto completamente, dentro do armário.
O filme trata então de um dia na vida desse personagem, um
dia que ele acorda de manhã, se veste com o maior esmero, como todos os dias,
para ir ao trabalho. O Tom Ford sendo estilista, os figurinos do filme são
inacreditáveis de bons, mas é o dia também que arruma toda a papelada dele, tira
todo o dinheiro do banco, separa a melhor roupa que ele têm, dentre todas mais
lindas, porque é o dia em que ele decide que vai se matar.
As coisas não vão acontecer exatamente do jeito que ele as
planejou, e de certa forma vão também. È um filme muito melancólico, lindo de
ver, mas talvez um pouco prejudicado na
história, no sentimento dele, por ser tão lindo assim, não têm nenhum
ator, sequer nenhum figurante que não seja uma espécie maravilhosa da raça. Não têm uma roupa que não
seja de morrer, não têm um plano que não seja super pensado pra ser lindo como
um editorial de moda, e isso tira um pouco a gente de dentro do filme, porque é
óbvio que nada é tão perfeito assim no mundo. Por outro lado, o Colin Firth
compensa amplamente qualquer artificialismo que o Tom Ford tenha imposto á essa
história.
Ele é um homem que está morrendo por dentro, que está se
desintegrando de tanto dor, e que não se permite nenhum gesto externo, nem de
sofrimento. Não se permite ceder a nenhuma outra atração, á nenhuma outra
paixão. Não se permite confessar pra ninguém
qualquer sentimento dele, e é exatamente por isso, dessa necessidade tão
extrema de estar no controle da
situação, de estar no controle até na idéia da própria morte, é um personagem
muito tocante, muito comovente.
Firth segura como ninguém os questionamentos do personagem, que devem atingir em cheio a audiência mais sensível e principalmente o público gay. O enredo discute temas espinhosos, como a aceitação dos relacionamentos homossexuais pelas famílias e pela sociedade americana dos anos 1960. Vai na trincheira aberta por Milk, mas cobre o lado menos politizado e mais humano da coisa toda.
Angústias à parte, e apesar do trabalho de Firth, a estrela do filme é mesmo a direção de arte. O apuro estético de Tom Ford, que passou a vida passando mensagens através de alguns metros de tecido, é o que conduz a trama e as emoções do público.
"Pode parecer exagero, mas não é. Com as devidas proporções, Ford tem uma linha de pensamento parecida com David Lynch, mas sem se apegar a metáforas nonsense. Ou seja, tudo ali tem um significado que dá sentido ao conjunto."
* Omelete
Essa cena é uma das que eu mais gostei esteticamente falando. Atrás da onde eles estão com o carro têm um cartaz gigante de divulgação do filme de Hitchcock "Psicose"
Uma das maravilhosas figurantes do filme é uma brasileira, Aline Weber, que também dentre os outros figurantes são cria de Tom Ford nos seus editorias de moda.
Ford é um homem de fetiches. Pelos cheiros e outros sentidos, pelo sexo, pelas memórias e pela elegância da vida. Essa sequência de fotos mostras os megacloses que ele fez questão de colocar na fotografia do filme
E o que esse modelo do Tom Ford interpretando um latino a lá James Dean, e de arrancar mil suspiros
Os óculos que o personagem de Firth usava era um dos elementos estéticos do figurino que compunha a personalidade desse professor de Inglês.
28 de out. de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)