9 de set. de 2011

Crítica: Anticrito de Lars Von Trier


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( Classificação do filme: Torture-porn psicológico de arte )



O cineasta dinamarquês Lars Von Trier fala que Anticristo é o filme mais importante de toda a carreira dele. Se não for o mais importante é o que deu mais pano pra manga.
Este filme é o primeiro "terror" da carreira de Trier, e parece que foi desenvolvido como uma forma de análise e exorcismo terapêutico numa época em que o cineasta viveu intenso dois anos de depressão. A impressão que passa é que o filme examina ideias e pesadelos de anos do diretor. Talvez toda essa "Melancolia" ( aliás nome do último filme de Trier ), venha de muito antes de se tornar reconhecido como cineasta, já que o próprio diz ter em sua cabeceira desde os doze anos de idade um exemplar do manifesto anti-cristianismo de Friedrich Niertzsche, "Anticristo", justamente o mesmo título que ele escolheu para nomear essa sua duvidosa obra prima. O filme nos conta uma história dividida em  capítulos: Luto, Dor (onde o caos reina), Desespero ( capitulo que fala sobre o Feminicídio ) e os Três Mendigos, além de um prólogo e de um epílogo. Aliás o epílogo é uma das cenas mais lindas e paralisantes que eu já pude assistir, a cena é filmada toda em preto e branco com uma música igualmente bela mostrando a beleza de um orgasmo feminino e a tristeza de uma morte, tudo junto, o prazer e a dor.
Muitos acham o filme machista, já que depois de assistir o filme a impressão é que a mulher foi punida por simplesmente gostar de sexo e ter prazer com aquilo. E o pensamento machista se intensifica mais ainda com a cena da "castração" feminina como forma de punição.
Bom não dá pra falar muito da história pra não estragar a surpresa. E por falar em surpresa, vou alertá-los que se trata de um filme com partes extremamente "gores", onde a violência física, psicológica e o sexo são extremamente explícitos e para nos abalar mais ainda ás vezes esses 3 elementos tão conturbados ao ser humano se encontram em cenas no mínimo perturbantes.
Quanto aos atores, o filme inteiro é em cima de dois personagens, um homem e uma mulher num local chamado "Èden". Bom não precisa nem dizer que o sentido literal de tudo isso só poderia nos remeter á outro casal famoso da Bíblia. Charlotte Gainsbourg ( filha de Jane Birkin e Serge Gainsbourg, que também atua no último filme de Trier) e Willem Dafoe ( o vilão do Homem-Aranha 2 ), se entregam de tal maneira aos personagens, que chega á dar inveja de como eles conseguem se envolver tanto com um projeto e um diretos tão perturbador e ainda sim saírem ilesos de tudo isso. É incrível a atuação dos dois, e Charlotte mais uma vez mostrando a sua qualidade como atriz.





"Homem e mulher - ambos sem nome - mergulham em lamentação ali. Ele tenta salvá-la usando o que sabe, a psicologia. Ela se entrega à dor. As discussões são tão duras e verdadeiras que dá pra sentir-se um tanto sádico acompanhando-as. O sentimento de pesar e cinismo - uma constante na carreira de von Trier - aqui se faz presente como nunca. Segundo Anticristo, não há alento para a humanidade quando tudo o que acreditamos sobre nós mesmos é essencialmente errado."
*Èrigo Borgo - Omelete






 A "ótima" cantora e também "ótima" atriz Charlotte Gainsbourg mais uma vez interpreta com maestria uma personagem de conteúdos tão difíceis 




Os Três mendigos indiferentes diante da mulher castrada

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