8 de set. de 2011

Revolução em Dagenham: A Luta da mulher por direitos trabalhistas




O filme Revolução em Dagenham/Made in Dagenham mostra a vida de uma operária, mãe de família, que de repente se vê envolvida na luta por direitos trabalhistas e femininos; a operária inglesa Rita O’Grady acaba deixando em segundo plano seu papel de esposa e mãe, e enfrenta, é claro, duros problemas com isso.

A grande diferença de outros filmes de luta por direitos civis é que Revolução em Dagenham relata uma história real, que aconteceu em um passado muito recente, 1968 – e que acabaria tendo um impacto importantíssimo na história das relações trabalhistas e na vida das mulheres da Inglaterra, com influência sobre diversos outros países, como por exemplo: Março de 1968 na França, onde houve paralisação geral dos trabalhadores, de fato 68 é muito recente, mais do que imaginamos.
Uma história recente, e muito importante – e, no entanto, muita gente antes de assistir á esse filme nunca tinha ouvido sobre essas mulheres do interior da Inglaterra, assim como eu.


"Uma fábrica com 55 mil homens e 187 mulheres" ( Anúncio de TV informando a frota de funcionários da Ford em 68 na cidade de Dagenham)


Revolução em Dagenham também abre com trechos de cinejornais, ou noticiário de TV, falando sobre a fábrica da Ford nesse lugar, um subúrbio da região Leste da Grande Londres, que seria "Dagenham", tentando mostrar através da propaganda a influência econômica e social que as fábricas da Ford tinham na vida daqueles ingleses que trabalhavam nas indústrias.
Um letreiro informa: “Em 1968 havia 55 mil homens empregados na fábrica da Ford em Dagenham – e 187 mulheres”.
As 187 mulheres trabalhavam numa unidade encarregada da costura do material que recobre os bancos dos carros. Eram tidas pela fábrica (e pelo próprio sindicato) como trabalhadoras sem especialização, ou seja "desqualificadas" – e seus salários eram, como em todas as demais indústrias inglesas, inferiores aos dos homens, pelo simples fato de que eram mulheres.

 A ideia de salários iguais como forma de direito civil toma dimensões maiores chegando a afetar a produtividade da Ford. A unidade de costura de Dagenham entra em greve, e Rita, Connie e outras colegas – Brenda (Andrea Riseborough), Sandra (Jaime Winstone) – levam a reivindicação às outras unidades do interior da  Ford na Grã-Bretanha, tentando assim aderir mais mulheres e alertá-las para a precariedade e injustiça que viviam nas fábricas.
E em pouco tempo toda a fábrica de Dagenham pára, por falta de bancos dos carros. O caso vira notícia nacional, vira sério problema econômico e político.  A matriz americana da Ford manda à Inglaterra um de seus diretores, Robert Tooley (Richard Schiff), para abafar a reivindicação.
O governo é obrigado a enfrentar o problema.
Um filme com uma importância muito maior do que apenas entreter. Não se trata de um filme com abordagem feminista, mas sim de direitos civis justos, já que talvez a igualdade não exista. É um filme que mostra a dura rotina dos trabalhadores antes de existirem direitos e leis que garantissem a dignidade da chamada "Work Class". Em nenhum momento o filme se torna chato, panfletário, discurseiro. Até porque tudo o que defende é absolutamente certo, correto, moralmente justo. 


Como diz Rita: “Não são privilégios: são direitos”.







O que elas queriam?


... Igualdade salarial



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