29 de set. de 2011

Scoop - O grande furo





Woody Allen perdeu o timing. Scoop - O Grande Furo (Scoop, 2006) está entre as comédias mais fracas de sua safra recente - idéias medianas mal executadas, dramaturgia frouxa, ritmo atravancado pela inserção de piadas textuais demais.
Em dois aspectos, porém, Allen permanece genial: os nomes que inventa para os personagens e a maneira como filma as mulheres.
Scarlett Johansson é como se fosse uma Diane Keaton, uma Mia Farrow, a musa da vez. Na comédia ela interpreta Sondra Pransky, uma estudante de jornalismo estadunidense que está morando em Londres. É o estereótipo da nerd cabeça-de-vento: óculos que escorregam pelo nariz, cabelo preso com elástico, roupas largadas, braços caídos junto ao corpo, jeito deslumbrado de falar. Scarlett como Sondra, vista a três passos de distância, é o avesso de um objeto de desejo. Mas é só a câmera de Allen se aproximar...


Esteta da palavra, Woody Allen mostra, em uma tomada, que ainda consegue ser um cineasta, um artista da imagem. Ele enxerga e desnuda o que há de mais erótico no recato da atriz. E Scarlett, em contrapartida, já à vontade no bombardeio de diálogos dos filmes dele, atua com o descompromisso que a situação pede. Ela finge que não é gostosa, Allen faz de conta que a enfeia. Nesse acordo quem sai ganhando é a atriz que cada vez mais está melhor em suas performances cinematográficas.


* Omelete














Mais uma comédia com suspense de Allen que descamba em alguns clichês dele mesmo, mas que vale á pena ver, já que cinema também é entretenimento.  Scoop pode não ser o Grande Furo da carreira de Allen, mas é mais um filme que consegue provocar no espectador o "riso"......ou não?


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