4 de out. de 2011

Uma canção de amor para Bobby Long





Apesar de ter no elenco o astro John Travolta e a estrela em ascensão rápida como um cometa Scarlett Johansson, Uma Canção de Amor para Bobby Long não é um filme do cinemão americano.
É uma produção independente, que até, parece, teve problemas de falta de grana no meio da produção. O diretor Shainee Gabel, é um jovem da Filadélfia, que tinha só 35 anos e apenas um documentário, no currículo, quando fez o filme. 
Uma das vantagens (que, é claro, alguns podem considerar desvantagem) é que, ao contrário de boa parte do que produz o cinemão americano, este filme aqui não focaliza nem a saga de criminosos nem a vida de gente rica, fina, chique, morando em elegantes subúrbios ou belos apartamentos em Manhattan.
Nada disso. Não há charme nem opulência. Aqui o que se vê são desajustados, bêbados, malucos, os drop outs do sonho americano – ou que simplesmente não quiseram saber dele.

Uma garota jovem, um tanto perdida na vida, Pursy (o personagem de Scarlett Johansson), vai para Nova Orleans quando a mãe, Lorraine, morre, para tomar posse da casa deixada por ela. A casa, meio em ruínas, num bairro distante, está ocupada por dois vagabundos bêbados decadentes, que parecem ter saído de uma história de Charles Bukowski: Bobby Long, um ex-professor de literatura (John Travolta), e Lawson (Gabriel Macht), um de seus ex-alunos preferidos. Os dois dizem a Pursy que Lorraine deixou a casa para os três.

A garota se espanta com esse fato, com a imundície da casa, o desleixo com que tudo ali é tratado, com a quantidade de cachaça que se ingere ali – mas, não tendo outra opção na vida, nem dinheiro, nem educação formal que permita encontrar algum bom emprego, vai ficando por ali com aquela dupla de metidos a literatos, tentando limpar um pouco a sujeira e botar um pouco de ordem na bagunça sem fim. A princípio, ela sente uma certa repulsa por aqueles dois, enquanto Bobby Long a vê como uma intrusa desagradável de quem gostaria de se ver livre; como seria de esperar, com o tempo, é claro, vão criando laços afetivos, vão se aproximando.
Então, temos um filme que não é memorável, mas que tem alguns encantos, e deixa-se ver agradavelmente.


*  Por Sérgio Vaz









Scarlett com mais uma atuação com diálogos afiados e inteligentes e Travolta surpreende na pele de Bobby Long

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